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Volte na primavera.

  • Bruna Casagrande.
  • 25 de jul. de 2017
  • 4 min de leitura

Tudo começou com um desejo de ter um jardim.

Pesquisei na internet várias formas de criar um, em uma casa onde só existe calçadas e nenhuma aparente possibilidade de existir um "verde".

Convencer o marido a colocar minha ideia em prática não foi difícil, pois ele gosta de desafios e de agradar a esposa também.

Não gastamos praticamente nada. Meu cunhado nos arrumou dois pallets. Lixadeira, pregos e tinta eram coisas que já tínhamos em casa.

No começo foi difícil acreditar que aquelas madeiras feias poderiam se tornar o jardim que eu tanto queria. Mas esperança, é esperar por algo, acreditando que mesmo ainda não vendo, aquilo que se espera se tornará real.

As madeiras foram lixadas, medidas, cortadas e ai começaram a tomar forma.

De inicio o João falou que seria possível fazer o banco que eu havia pedido, mas acreditava que ele não teria estrutura para sentar nele, seria apenas decorativo. Fiquei um pouco decepcionada, mas conforme ele foi seguindo com a montagem, ele fez reforços necessários para que o banco pudesse ser utilizado também como assento.

O banco ficou pronto e o João ficou extremamente feliz com o resultado.

De inicio eu queria que ele ficasse sem pintura, queria algo rústico, mas quando olhei pra ele pronto, só queria vê-lo pintado de branco.

Pedi ao João, e como um bom marido ele cedeu ao meu desejo de pintar de branco.

Comprei alguns vasinhos de flores com um preço bem baixinho num supermercado perto do escritório onde trabalho, e montamos o nosso jardim vertical.

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Essa ultima foto é a vista que eu tinha, quando todas as manhãs abria a janela do meu quarto. Isso mesmo, eu tinha essa vista há alguns meses atrás. Como está hoje eu não posso nem te mostrar. Perdi alguns vasinhos devido a uma forte chuva que os derrubou do suporte e os destruiu, as que sobraram estão sem cor, folhas murchas e sem vida, e o banco esta com a pintura danificada devido a exposição ao sol e chuvas.

Enfim, te contei toda essa história para te fazer um pedido:

VOLTE NA PRIMAVERA!

Talvez você tenha me conhecido num dos invernos da minha vida, e eu não tive nada para te oferecer. Me desculpe se tudo o que viu ao me encontrar foi uma árvore com o tronco ressequido, sem flores, sem frutos, e as únicas folhas que restavam eram amareladas e prestes a cair. Quero te convidar a não julgar uma árvore pela estação que ela está enfrentando. Talvez você pense: "Mas ela está tão relaxada, por que ela não se esforça para melhorar?" Mas será que ela não está concentrando toda a sua força em proteger suas raízes, para que mesmo com aparência de morta, ela continue viva? Não julgue!

Não julgue alguém por um momento, ou por um comportamento o qual você nem sabe o que está por trás dele.

Somos seres humanos, falhamos. E falhamos bastante.

Muitas vezes perdemos a oportunidade de conhecer pessoas incríveis, pelo simples fato de aceitarmos que "a primeira impressão é a que fica".

Sou uma pessoa difícil para ter afinidade com alguém.

Eu já fui assim, de rejeitar o livro pela sua capa.

Na minha cabeça eu tinha certeza que se eu não gostei de alguém a primeira vista, é porque nunca me darei bem com tal pessoa.

Mas não precisa ser assim!

Podemos tentar mais uma vez, podemos olhar de novo, dar outra chance.

Não acredito que alguém seja tão ruim assim, que não tenha nada de bom a oferecer!

Sei que somos da "geração descartável", não temos o hábito de concertar o que se quebra, de restaurar o que está gasto. Queremos que o velho vá fora, e o novo ocupe lugar. Mas a maneira como tratamos as COISAS, não podem refletir em nossa maneira de tratar PESSOAS. Precisamos aprender a insistir nos relacionamentos.

Tenho me perguntado, por que desistimos tão fácil dos relacionamentos?

Será que somos incapazes de suportar as estações de improdutividade do outro?

Vamos pensar a esse respeito?

Podemos voltar na primavera, mas também podemos ajudar o outro a enfrentar o seu inverno.

Lucas 13:6-9

“Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha; e indo procurar fruto nela, não o achou. Disse então ao viticultor: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não o acho; corta-a; para que ocupa ela ainda a terra inutilmente? Respondeu-lhe ele: Senhor, deixa-a este ano ainda, até que eu cave em derredor, e lhe coloque esterco; e se no futuro der fruto, bem; mas, se não, corta-la-ás

Será que podemos ajudar alguém a enfrentar o seu inverno?

Um dia, chateada com pessoas que não entenderam o meu "inverno", brotou essa canção em meus lábios:

"Não cobre de mim perfeição, pois sou tão falha como qualquer ser humano.

Não fale de mim se não puder me ajudar, melhor calar do quer ferir um coração.

Não lance a pedra, você não pode me julgar, pois Cristo já me envolveu com seu perdão."

Isso era o que eu queria ter respondido à alguém naquele dia, mas minha resposta foi apenas um sorriso disfarçando a tristeza. Mas quando pude ficar sozinha, as lágrimas rolaram pelo meu rosto e esse clamor saiu do meu coração.

Não julgue, ajude!

E para finalizar, peço novamente:

Volte na primavera, com certeza nessa estação terei mais sorrisos para dar, mais abraços a oferecer, mais perfume para exalar.

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